Meu desejo é tocar tua pele de flor que
dorme... para que meus toques lhe cerrem os olhos carinhosos.
Olvido aos poucos
da sensação de teu sossego.
Refugio-me na inquietude da solidão.
Saio da sala, do quarto, de você e de
mim.
Não me encontro em lugar algum.
Não te encontro mais em mim.
Desfiz-me.
Apaguei-te de meu corpo, meu bem.
E então não sobrou nada.
Ora, eu sei que o último romance também
acaba.
Ainda que reste o amor:
Sem fome.
Sem sede.
Sem calor.
Como explicarei aos olhos curiosos que
seu amor me entristece?
Chorando, certamente, para não precisar
explicar o fim.
E no fim?
Sofrerei de maneira incalculável com
meus pensamentos, pois
incapaz me encontro - incapaz de dividir
toda essa tristeza contigo.
A inquietude conhecida me reencontra, e não
se afasta:
Fita-me com olhos de dor.
Demonstra-me todo o luto do caminho.
Coloca-me nos braços – e me carrega.
Inerte,
Despeço-me te amando.
A cada uma dessas linhas, uma lágrima.
Como se lágrimas fossem a tinta de que
minha pena necessita.
Pobre de mim:
Há lágrima.
Há pena.
- Fim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário