Hoje
não escreverei sobre você.
Quero
falar da sua falta:
que
me atinge bordoadas certeiras
e
me faz sangrar solidão.
A
companheira das noites silenciosas,
já
substituída tantas vezes pela fé,
esperança,
força, vontade,
hoje
está ausente: não há companhia.
Não
há sua presença em voz rouca e longínqua.
Hoje
não escreverei sobre você.
Vou
falar dos meus passos largos
de
fuga, de esconderijo.
E
não vou falar da rua que nos acompanha,
com
olhos esfomeados, saboreando nosso amor.
Vou
falar dos incômodos. Vou falar do desespero.
Vou
sentir.
Não
me incomode com sua falta de estar.
Incomoda-me
com sua mão que me procura a cada passo dado
e
me prende, e me prende.
Não
quero ser iluminada pelos seus olhos
que
me umedecem as roupas, a pele e a alma.
Hoje
quero ser enxergada:
Não
quero escrever sobre você.
Preciso
te viver.
, tá?
ResponderExcluirAgonia. Agonia.
ResponderExcluirConheço esse sentimento. Nem tempo e nem espaço são tão relativos a ponto de nos acalmar. Simplesmente poderiam não existir mais. Quem sabe a "distância" não sumisse com eles e, assim, viesse a "presença" nos presentear com o tão aguardado afago.
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Esse é muito inspirador, Ana. Adorei!
Acho incrível o quando você evolui a cada poesia. Quando eu acho que vi a sua grande obra prima, aí vem uma nova demonstração do quanto você pode surpreender. Por isso vou ler você pra sempre!
Amei!
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