sábado, 3 de dezembro de 2011

Certeza


Em dias de fortes trovoadas eu calo.

E meu sinal de angústia
é a opacidade de cada milímetro do meu corpo.

Meus versos cantavam o desespero
dos meus lábios que não mais te encontrariam.
E meu corpo,
feito poço de perdas esculpidas como tatuagem,
queria se despedir da última que morre.
Mas eu nunca soube lidar com o adeus.

Transformei meus versos para te confortar:
Diluí a amargura em água e sal
e ela me deixou através dos olhos.

Versei perdão, compaixão e segurança.
Fui tão convincente que mesmo eu, tão descrente,
agora acredito em mim.

3 comentários:

  1. Eu escrevi isso? Não lembro... Ih, este NÃO É o meu blog!

    (mas é o blog do que sinto)

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  2. Se a emoção se prende, em segurança, atrás da razão, então somente pelos olhos - que agora passam a ler o bem - a razão mudará de opinião, atendendo as vontades da emoção.

    Ser descrente, após uma tempestade, é natural.
    Mas deixar o coração bater de novo, pela esperança de um novo dia de sol, é necessário.

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