terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Baú


Meu descontentamento agora é estigma.
Não há ferida aberta, nem infecção:
O perdão curou.
Mas esta cicatriz ainda induz meus sentidos:
Basta vê-la para rememorar toda a dor que a criou.
- sofrer amiúde por um desgosto passado –

A cicatriz é a lembrança

e a cegueira é o esquecimento:
Mas eu enxergo bem.

Mudo o foco, permanecem os olhos de luta
que sorriem quando te ganham.
A sorte me acompanha quando estamos juntos,
mas quando estou só a ansiedade me é indigesta.

Coloco-me ao teu lado,
imponho-me junto a ti.
Porque tua felicidade é me ver feliz
e eu só alcanço a alegria assim.
Sigo nossa meta unindo nossos passos
e asseguro-me de que não esqueci de nada:
Trago o amor e o resto.

3 comentários:

  1. "Versei perdão, compaixão e segurança.
    Fui tão convincente que mesmo eu, tão descrente,
    agora acredito em mim".

    Uma mudança que só poderia gerar este seguinte resultado, tão certo e tão exato quanto o amor com toda a sua subjetividade:
    "... asseguro-me de que não esqueci de nada:
    Trago o amor e o resto".

    Com essa bagagem, absolutamente nada lhe faltará em seu caminho.

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  2. Tão logo chegue desfaça a mala, abra o Baú e jogue pelo quintal o amor, quem sabe (e sempre há de dar) dê frutos.
    Mas cuidado com as dores que já não doem mais, custumam ser estas as que secam nosso leito d'água aos poucos e, quando se vê, não restou gota qualquer pra regar carinho.

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  3. A sorte me acompanha quando estamos juntos,
    mas quando estou só a ansiedade me é indigesta

    sensacional!

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