A ampulheta já traz o símbolo do tempo incrustada em si. O verbo "assentar" associa o tempo decorrido aos distúrbios que poderiam ter preenchido esse espaço de tempo. Assim o verso poderia ser reescrito de maneira muito menos astuta:
-Passou o tempo ncessário à solidificação do amor. Decorrido esse tempo já posso ter certeza de que será duradouro. As emoções estão assentadas. Não é mais questão de descoberta, euforia. É amor.
"Seu último grão cai atendendo à gravidade da ocasião."
Aqui temos uma imagem belíssima. A ocasião é grave, algo foi determinante para a fixação dessse sentimento. Sobre a natureza desse fato só se pode especular. Entretanto, além do campo da significância, a imagética importa muito mais.
É a gravidade da situação ou a força da gravidade que arrasta o último grão? A ideia sem dúvida foi dar ao leitor a chance de especular.
"O prisioneiro desata seu laço."
Que tipo de prisão cede ao desejo do prisioneiro?
(Você entende o poder desse verso? Sobre esse nem dissertarei. Puta merda.)
"O amor talvez seja o único sentimento onde seus detentores são cativos e cativeiros, simultaneamente."
Aqui temos uma ideia do amor quase clássica, lembrando que aquele que cativa torna-se também prisioneiro. Mas com o adendo de lembrar que a prisão é interna, podendo significar uma prisão corporal, física mesmo, e, claro, emotiva. Como se o cativeiro amoroso fosse o corpo de outrem, enquanto aquele a quem chamamos de noso cativeiro se diz cativo nosso.
"Dependendo do ponto de onde se observa..."
ResponderExcluir"A areia da ampulheta se assenta."
ResponderExcluirA ampulheta já traz o símbolo do tempo incrustada em si. O verbo "assentar" associa o tempo decorrido aos distúrbios que poderiam ter preenchido esse espaço de tempo. Assim o verso poderia ser reescrito de maneira muito menos astuta:
-Passou o tempo ncessário à solidificação do amor. Decorrido esse tempo já posso ter certeza de que será duradouro. As emoções estão assentadas. Não é mais questão de descoberta, euforia. É amor.
"Seu último grão cai atendendo à gravidade da ocasião."
Aqui temos uma imagem belíssima.
A ocasião é grave, algo foi determinante para a fixação dessse sentimento. Sobre a natureza desse fato só se pode especular. Entretanto, além do campo da significância, a imagética importa muito mais.
É a gravidade da situação ou a força da gravidade que arrasta o último grão? A ideia sem dúvida foi dar ao leitor a chance de especular.
"O prisioneiro desata seu laço."
Que tipo de prisão cede ao desejo do prisioneiro?
(Você entende o poder desse verso? Sobre esse nem dissertarei. Puta merda.)
"O amor talvez seja o único sentimento onde seus detentores são cativos e cativeiros, simultaneamente."
Aqui temos uma ideia do amor quase clássica, lembrando que aquele que cativa torna-se também prisioneiro. Mas com o adendo de lembrar que a prisão é interna, podendo significar uma prisão corporal, física mesmo, e, claro, emotiva. Como se o cativeiro amoroso fosse o corpo de outrem, enquanto aquele a quem chamamos de noso cativeiro se diz cativo nosso.
O poema é excelente.
Beijo.
O amor em si é chave que liberta e prende. É carta de alforria ao solitário, é afago que segura o aventureiro.
ResponderExcluirNeste vou falar sobre o título:
ResponderExcluirE=mc²
mas e se fosse: "E"moção = "m"omento "c"erto a 2?
hehehehe...
Não deixa de se tratar de química também, não é? Afinal, o amor é a maior prova de que a química existe.
;)