segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tardes em Havana ou Fidelidade

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Diamante bruto retalhado
Encontra-me em seu corpo - me aborda-
E me leva para casa
Sua transparência
E falta de maldade me encantam

Confesso:
Algumas vezes tive receio ao caminhar por suas veias
Sua pressão estava alta
E nem mesmo os 43°C
Fizeram-nas dilatar
Atravessei a rua
E quando cheguei a sua casa
Ah! Menina Cuba
Sua precariedade lateja
Suplicando por ajuda
Sua racionalização exagerada –às vezes- se mostra tola
Onde estava a água naquela sexta-feira infernal?
Suas quatro horas de quota já haviam cessado
Até a última gota
Então a água migrou para outro órgão consumir sua parte de vida
Mas mesmo assim, Cuba querida
Com seus exageros e sem contrastes
Me descobri dançando com sua família
E brindamos
Mas, a que os seus brindam, ilha?
Brindam os seus pela felicidade da cegueira controlada
Porque ninguém deseja aquilo de que desconhece a existência
Seu mundo é sua ilha
O resto é mar
Mar que maltrata
Mar que afoga aqueles que não aprendem a nadar
Conforme sua corrente
Então, querida ilha
Brindaremos à obediência e complacência de teu sangue
-desde o mais jovem - que te segue, alimenta, te faz viver
Brindaremos às suas ideias
A sua fidelidade incondicional
Diamante bruto retalhado
Sempre foste Marília para mim
Marília Cuba, Cuba bela


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2 comentários:

  1. Enfim. Esperei muito por isso. Parabéns.

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  2. ¡Oh, cuán grande es esta pasión! Y como no podía ser de otra manera, porque es tan bella esta hermosa Marília!?!

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    Primeiro eu li "Fidelidade", depois li "Tardes em Havana" e guardei em mim mais DUAS lindas poesias... ou mais UMA mágica perfeita.

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