sábado, 20 de março de 2010

Nas margens

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Atormentado pelo golpe dos próprios costumes

Busca, ainda neles, a resposta de ontem para hoje

Discursos aprisionados em penumbra

Que procuram a luz que os perdeu


E não substituirá esta época, em que a cautela foi esquecida

Num minuto ímpar, por ímpeto de veleidade

Onde, ainda despido, consagra nas margens

O que cultiva em segredo


Não há oposição sobre o acordo

Tornar-se-á cativo do mesmo céu, do mesmo sonho

Ainda que acordado


Talvez você não saiba

Que resta, deste sonho azul, o bastante

Para nascer-te asas


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2 comentários:

  1. "Para meu coração teu peito basta,
    para que sejas livre, minhas asas.
    De minha boca chegará até o céu
    o que era adormecido na tua alma."

    (Pablo Neruda)

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  2. Certamente não me oponho ao acordo.
    Tornar-me-ei cativo desses versos, pelos quais mostras as tuas asas, capazes de me levar além
    e um pouco mais adiante de um sonho azul.
    Azul celeste.

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