sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pele acromática

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Entre aquela multidão branca ele construiu uma senzala para tornear sua alma –que era preta-. A claridade e a escuridão alternavam e até mesclavam, enquanto ele teimava em tingir com o sol a sua brancura de agonia por não ter cor.

Sua persistência em colorir de forma una aquilo que vêem e aquilo que apenas ele sente, era apenas teimosia daqueles que pouco entendem de que a pele apenas reveste os deleites de cores, que em sangues, pretos, azuis e vermelhos, brancos, pardos e ocres, correm.

A vida desbota o se constrói de forma efêmera. A pele tingida de cores se esvai. A cor da alma permanece.


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